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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Outono

Daqui a nada o Outono está aí. Daqui a nada volta aquela melancolia dos dias que não são quentes nem frios.


A esta hora em que o sol ainda inunda o quarto de luz alaranjada, numa forma meia triste de dizer até amanhã, em que já vejo estrelas e lua e o céu ainda não é negro... a esta hora que não é dia nem noite, que já não é uma coisa e ainda não é outra, sinto cá dentro, no fundo onde faz eco, que ainda não vivi o Verão.
Como se o estivesse a adiar.

Mas já não quero mais deixar para outro dia qualquer. Adiar para quando? Para quando já não o puder viver?

Falta agarrar estes dias quentes com voracidade.
Falta-me aproveitar todos os entardeceres e todas as noites com garra.
Falta-me uma paixão, quem sabe um grande amor.
Falta-me adormecer com o corpo agarrado e colado a outro corpo. Corpos suados por pingos de mel.
Faltam-me os beijos melados em cada milímetro de pele.
Falta-me caminhar de mão dada, à tardinha, na beira da praia com as ondas a brincarem nos meus pés. Ficar sentada num qualquer banco a ver as gaivotas que voam em rodopio, girando em torno de um barco que entra no porto.
Falta-me um passeio àquela hora em que o sol está quase a nascer, em que a neblina traz consigo o ar misterioso de mulher, de braços dados, no areal da Barra. Ou no paredão que se estende pelo mar.
Faltam-me todos os sorrisos, os risos e as conversas.
Faltam-me os olhares de desejo que me fazem desprender de mim e entregar-me ao prazer.
Faltam-me os abraços apertados.
Faltam-me os beijos salgados.
Falta-me libertar todos os medos, cansar o corpo para dar descanso à alma...
Faltam-me os olhares tímidos e cúmplices.
Faltam todos os brindes em noites mornas celebrados no segredo.

(...)
 
(texto antigo que eu tinha aqui, não sei o autor)

domingo, 11 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nem sempre


Nem sempre meu sorriso foi verdadeiro, nem sempre as escolhas que fiz foram as corretas, nem sempre as pessoas que escolhi permaneceram do meu lado, nem sempre meu sonho se realizou, nem sempre minha opinião foi aceita, nem sempre fiz o que quis.
Não vivemos exatamente o que sonhamos, vivemos o que cativamos, o que nos foi guardado, o que merecemos.
Geralmente sofremos quando esperamos algo de alguém; o ideal é não esperar nada de ninguém, e se surpreender com cadα ato, cada inesperado tão esperado ocultamente.
Esquecemos que estes são humanos, e como tal, erram. todos nós somos felizes e para todos nós o sol continua brilhando; devemos saber perder.
Devemos viver e aproveitar o que nos foi oferecido, sem mais demais, e apesar de todos os apesares.

(http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36254944)