Sentir mudar, é assim o tempo passando, somos os mesmos e não podemos mais ser como antes, mudamos pelo que queremos, pelo que vivemos e fizemos, simplesmente precisamos ser diferentes e aprendemos a viver, pelo menos é essa a presunção que nos consola por tudo o que não mais podemos por ficarmos mais velhos. Somos responsáveis, a maioria precisa cuidar de filhos e/ou pais idosos até que o tempo os leve para outra custódia, há exceções apesar de ser da natureza humana procurar sarna pra se coçar. Falta tempo pra perder tempo e sentimos mais urgência na autoafirmação, até para uma questão evolutiva, o desapego do ego. Alguns são mais precoces, outros levam tempo, mas minha fé me diz que não estamos aqui por acaso, não vivemos o que vivemos para nada, tudo serve a algum propósito.
Tudo isso é bonito e faz sentido, mas sentir saudades faz parte da existência, até para percebermos o quanto evoluímos. Sinto saudades felinas do tempo em que minha vida era cuidar de gato e estudar, saudades filhotas de ser cuidada, ser levada no colo pra cama sem acordar, o mundo explicado com palavras compreensíveis, um ídolo materno dono de toda a sabedoria. Não tenho mais quem me explique sobre o que me incomoda, sou a resposta de outros que um dia não enxergarão em mim toda a sapiência, talvez apenas a vontade de ainda ser refúgio… Dá vontade de chorar pelo que perdemos e pelo que ganhamos quando podemos ver tanta mudança na vida, tanta oportunidade. É que experimentar a vida de maneira voraz faz o apetite enorme, queremos sempre mais. Vida.
Não adianta falar de eleições, não adianta falar de sociedade, não quero falar do que está fora. Nada lá fora me contenta, tudo incomoda. Tudo aqui dentro espera sem paciência pelas feições que me conquistarão mais uma vez, mais um grande amor da minha vida…
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